
GUIA PRÁTICO PARA TRABALHOS EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Quedas de Telhados
O trabalho em altura envolvido telhados na construção civil inclui diversas tarefas que exigem cuidados específicos para prevenir quedas e outros acidentes. Estas atividades abrangem, entre outras, a instalação de sistemas de cobertura, a manutenção ou substituição de telhas, a aplicação de impermeabilizações, a instalação de calhas e rufos, a limpeza de superfícies inclinadas e a realização de inspeções ou reparos em estruturas existentes.
Operário
Para os operários que estão diariamente na obra, a segurança é um aspecto essencial que deve ser sempre priorizado. Esta seção é dedicada a oferecer orientações diretas e práticas sobre as medidas preventivas contra quedas. O intuito é equipar os trabalhadores com o conhecimento necessário para identificar perigos e aplicar as ações corretas, contribuindo para um ambiente de trabalho mais seguro para todos.
Sobre as Quedas
Todo serviço realizado sobre telhado, tanto reto quanto inclinado, exige um planejamento prévio. Antes de realizar um trabalho, verifique os seguintes pontos:
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O tipo de telha, se está em boas condições e possui resistência para suportar o trabalho
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Se à necessidade ou viabilidade de montagem de passarelas, escadas, guarda-corpos ou estruturas para facilitar a manutenção;
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Materiais e equipamentos necessários à realização dos trabalhos;
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Definir o caminho mais seguro no telhado, evitando redes elétricas ou área sujeitas a gases e poeiras;
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Delimitar e sinalizar áreas onde há risco de queda de materiais, ferramentas ou equipamentos;
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Condições climáticas boas;
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É obrigatório ter cabo-guia de aço (Linha de Vida) para fixação por talabarte junto ao cinto de segurança
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Evitar qualquer tipo de carga concentrada sobre as telhas.
Os Meios de Acesso para telhados e coberturas:
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Normalmente, utilizam-se escadas. Para garantir a segurança, consulte o item sobre quedas em escadas para verificar as condições de uso.
Os Riscos Gerais nas atividades sobre telhados são:
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Aberturas ou clarabóias frágeis;
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Rompimento da telha;
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Tábuas mal posicionadas;
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Escorregamentos devido alta inclinação ou a umidade;
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Mau súbito devido a inalação de poeiras ou gases;
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Inadequado içamento das telhas ou transporte sobre o telhado; e
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Falta de isolação ou sinalização;
O Sistema de Movimentação na superfície de trabalho.
As telhas de fibrocimento, plásticas ou de cerâmica não são projetadas para suportar cargas concentradas. Para esses caso é recomendado:
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Nunca pisar diretamente nas telhas;
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Utilizar andaimes ou plataformas, evitando apoio direto na telha. Na impossibilidade colocar tábuas travadas e amarradas;
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Nunca pisar ou apoiar passarelas metálicas, escadas de telhado ou tábuas sobre telhas translúcidas flexíveis. Pois elas provavelmente não foram projetadas para suportar pesos;
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Não concentrar mais de uma pessoa na mesma área ou na mesma telha;
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Não andar sobre o beiral do telhado pois provavelmente não suporta peso; e
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Após termino da atividade retirar todo material usado; e
É Proibido a realização de trabalho em telhados ou coberturas:
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Sobre superfícies instáveis, que não possuam resistência estrutural ou escorregadias;
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Sob chuva, ventos fortes ou condições climáticas adversas;
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Sobre equipamentos que originem gases de processos industriais, devendo o equipamento ser desligado ou adotar outras medidas; e
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Com a concentração de cargas em um mesmo ponto, exceto se autorizada por profissional habilitado.
Requisitos para Segurança e Conformidade com a NR 35 e Demais Normas
A NR 35 define trabalho em altura como toda atividade com diferença de nível acima de 2,0m do nível inferior, onde haja risco de queda. Para garantir a segurança e estar em conformidade com as normas, é essencial que o trabalhador conheça suas responsabilidades, os riscos envolvidos, as medidas preventivas e as inspeções antes de iniciar qualquer atividade.
Começando com as principais Responsabilidades do Trabalhador, que incluem: Seguir as regras sobre trabalho em altura, incluindo as ordens do empregador; Ajudar o empregador a cumprir as normas de segurança; Interromper as atividades sempre que observar riscos para sua segurança e saúde ou a de outras pessoas, e comunicar imediatamente ao superior; e Cuidar da própria segurança e da segurança de todos ao redor.
Agora entrando na parte prática do trabalho diário, o primeiro passo é identificar e antecipar os riscos que podem estar presentes durante essas atividades.
Os Principais Riscos que devem ser previstos e mitigados para garantir a segurança, são: Riscos de: Queda; Deslocamento e deslizes (Superfícies molhadas, escorregadias ou instáveis); Falta de ancoragem adequada; Ferramentas e materiais soltos; Movimentação insegura (Movimentos bruscos, saltos ou posturas incorretas); Ambiente (Condições climáticas adversas como vento forte, chuva ou relâmpagos); Fadiga e falta de atenção (Cansaço e distrações); Uso incorreto de equipamentos; Riscos de choques elétricos (Proximidade com linhas elétricas ou equipamentos energizados).
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) desempenham um papel crucial na segurança do trabalhador e no cumprimento das normas regulamentadoras.
É essencial estar ciente de quais EPIs são obrigatórios e em quais situações eles devem ser utilizados: Antes de iniciar uma atividade em altura, é preciso verificar a existência de Proteções Coletivas. Se não tiver ou não for suficiente deve fazer uso dos EPI'. Verificação de Proteções Coletivas: Caso existam, conferir se as proteções coletivas como, guarda-corpos e redes de segurança, estão instaladas e em boas condições. EPI's : Cinto: Utilizar o Cinturão Tipo Paraquedista conectado a um ponto de ancoragem seguro, através do Talabarte ou Trava-Quedas. Talabarte: Dispositivo de conexão e devendo ser usado para conectar a linha de vida ou algum ponto de ancoragem. Existem 2 tipos de talabarte e devem ser escolhidos conforme a tarefa exigir. Talabarte para retenção de queda: Utilizado onde há risco de queda livre e possui absorvedor de energia. Esse talabarte precisa estar preso a um ponto de ancoragem adequado; e Talabarte de posicionamento e restrição: Mantém em uma posição estável e segura, permitindo as mãos livres para realizar a tarefa. Não possui mecanismo para absorver energia e não é indicado para retenção de quedas. Podem ser: Simples: Composto por uma linha; Regulável: Possibilita ajuste no comprimento da linha; e Duplo ou Y: Contém duas linhas que podem ser conectadas a um ponto central. Trava-Quedas: Assim como o talabarte é um acessório e um dispositivo de controle de queda. Existem dois tipos de trava-quedas: Trava-quedas retrátil - Consegue retrair ou estender conforme for o deslocamento e fica sempre tensionado podendo diminuir o tamanho da queda; e Trava-quedas deslizante - Acompanha ao longo da uma linha de ancoragem sem que precise realizar intervenção manual. Sistema de Ancoragem: Os pontos de ancoragem devem ser conferidos antes da utilização e têm de suportar a carga em caso de queda.
O Treinamento e Capacitação do trabalhador são necessários para realizar qualquer atividade em altura, por isso sempre verificar essa situação.
Sobre os Treinamentos e capacitações : Verificar sua Capacitação, se: Recebeu o Treinamento adequado para a tarefa específica que vai executar em altura; Lembra dos procedimentos de segurança; e Não expirou o tempo de validade do treinamento.
Para garantir a segurança durante as atividades em altura, é fundamental realizar algumas Inspeções Regulares.
As Inspeções que devem ser feitas são: Pontos a serem inspecionados: Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). (Verificar cinturão, talabarte e trava-quedas, procurando por rasgos, perfurações, deformações ou qualquer tipo de dano. Nunca utilizar equipamentos com danificações); Pontos de Ancoragem (Conferir se está preso, se suporta a carga que vai ser aplicada); oCondições do Ambiente (Avaliar as condições do local, clima, iluminação e espaço de trabalho); e Ferramentas e Materiais.
Com essas orientações, torna-se possível trabalhar de forma mais segura e eficiente, reduzindo os riscos de acidentes e garantindo a proteção de todos os envolvidos.